Sobre o PRH 2.1
O Programa de Formação de Engenheiros em Automação, Controle e Instrumentação para Petróleo, Gás e Biocombustíveis – PRH 2.1, se desenvolve nas dependências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é financiado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), e gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Em sua nova fase, o programa abrange os conhecimentos e princípios do PRH 34 ao mesmo tempo que abre o seu campo de pesquisa e desenvolvimento para o trabalho com energias renováveis, adequando-se às novas necessidades do mercado. Os departamentos envolvidos na proposta têm forte e longeva atuação no setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, iniciada no caso de alguns dos departamentos há mais de 25 anos. O Departamento de Automação e Sistemas, responsável principal pela proposta, foi estruturado a partir de docentes da UFSC dos Departamentos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia Química e Informática que trabalhavam em temas afins com Controle, Automação e Instrumentação e conta com projetos na área de Petróleo, Gás e Biocombustíveis desde sua criação oficial, em 1997.
Na última década houve grande avanço de fontes de energia concorrentes e redução do preço do petróleo, o que motivou a adesão do setor de petróleo e gás a novas tecnologias que vêm sendo implantadas por outras indústrias com sucesso na chamada quarta revolução industrial. Por esse motivo, grandes empresas do setor incluíram a visão de transformação digital em seus planos estratégicos. A mesma tendência pode ser observada nos prestadores de serviço da área, que tipicamente são os maiores responsáveis pela adoção de novas tecnologias por sua maior agilidade e que são os mais promissores absorvedores de mão-de-obra especializada formada pelo programa. A aquisição da Baker Hughes pela General Electric em 2017 e os maciços investimentos da Halliburton para se manter como referência mundial na área de digitalização para o setor são exemplos da importância que a automação tem ganhado nos últimos anos.
Controle, automação, instrumentação e otimização estão intimamente ligados para permitirem o aumento da receita proveniente do aproveitamento ótimo do potencial dos campos de petróleo e dos processos de operações downstream. No cenário predominante no Brasil, com reservatórios em águas profundas e ultraprofundas, um gerenciamento efetivo de reservatório ganha complexidade, dado que a intervenção em poços através de sondas é muito custosa ou mesmo inviável. Nesse caso, a opção mais econômica é realizar a intervenção remotamente, a partir da plataforma de produção, o que necessita de alto grau de automação. O uso de técnicas de otimização e de automação dos processos de injeção de água, vapor e gás em poços, por exemplo, consegue maximizar a produção de óleo e ao mesmo tempo obter a redução de custos operacionais. A ampliação do grau de automação dos equipamentos permite determinar recomendações de produção de forma cada vez mais rápida, o que leva a tomada de decisão com agilidade e aumento de segurança operacional.
Apesar de existirem iniciativas nesse sentido de cooperação de empresas e universidades para atividades de pesquisa, há carência de mão-de-obra qualificada no Brasil para desenvolver de forma satisfatória o processo de digitalização da indústria de petróleo, gás, biocombustíveis e demais fontes de energias renováveis. A proposta do programa de formação busca reunir os elementos essenciais para que seus egressos tenham conhecimentos das áreas necessárias para que processos de digitalização possam ser desenvolvidos no Brasil.
Sobre o PRH 34/aciPG:
O Programa de Formação de Engenheiros nas Áreas de Automação, Controle e Instrumentação para a Indústria do Petróleo e Gás, conhecido pela sigla PRH34/aciPG, trata-se de um programa de formação de recursos humanos para a área de petróleo e gás criado em 2001 com o objetivo de complementar a formação de Engenheiros, nos níveis de graduação e pós-graduação, para atuação nas áreas de Automação, Controle e Instrumentação no setor de Petróleo e Gás Natural.
Por tratar-se de uma problemática de caráter eminentemente multidisciplinar, a organização do PRH34/aciPG englobou diversos departamentos, cursos e laboratórios da UFSC, como os departamentos de Automação e Sistemas, Engenharia Química e Engenharia Mecânica (através do Labmetro).
O PRH34/aciPG formou 57 alunos de graduação, 27 alunos de mestrado e 10 de doutorado, responsável por mais de 200 publicações em periódicos e congressos. O programa conquistou excelência na área, sendo classificado como um dos melhores do Brasil pela ANP, e em 2003 ocupou o primeiro lugar da avaliação realizada pela ANP.
Histórico do PRH-ANP:
O Programa de Formação de Recursos Humanos da ANP para o Setor de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (PRH-ANP) foi implantado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 1999, com o objetivo de incentivar a formação de mão de obra especializada em áreas estratégicas e imprescindíveis ao desenvolvimento do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis.
O PRH-ANP caracteriza-se pela concessão de recursos financeiros na forma de bolsas e taxa de bancada para Programas de graduação, pós-graduação stricto sensu e pós-doutorado, com elevada qualidade técnica para a formação de profissionais com especialização para o setor. Desta forma, o Programa assume caráter estruturante, pela criação e consolidação de competências, além de contribuir para a produção de conhecimento estratégico para o desenvolvimento do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis.
O PRH-ANP contou inicialmente com o aporte de recursos próprios da ANP e, posteriormente, com recursos do Fundo Setorial de Petróleo (FNDCT / CT-PETRO). Em sua nova fase, o PRH-ANP será financiado com recursos provenientes das Empresas Petrolíferas, que se obrigam a aportar parte de seu faturamento em P,D&I, em obediência ao disposto nas Cláusulas de Pesquisa e Desenvolvimento ou de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) presentes nos Contratos para Exploração, Desenvolvimento e Produção de Petróleo e Gás Natural.
A implementação dessa nova fase do PRH-ANP será gerida pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), fruto de um Acordo de Cooperação Técnica e Financeira celebrado entre as partes em novembro de 2018.